A fatalidade que ocorreu em SP na última semana, em que um homem assassinou dois vizinhos do prédio a partir de uma briga por conta de barulho, é mais um exemplo de acontecimento violento que pode estar vinculado a vivências de emoções extremas, capazes de ameaçarem a própria segurança e de pessoas próximas.
Apesar de não ser possível, ainda, compreender os motivos pelos quais o empresário cometeu um homicídio e um suicídio, é plausível afirmar que ele vivenciava, naquele momento, uma sobrecarga emocional suficiente para motivar um comportamento impulsivo e, frente a suas condições de saúde atuais, impulsionar um atentado contra si mesmo, talvez por envolver uma soma de significações, realidades e necessidade de novas estratégias para lidar com o mundo que não estavam presentes.
Frequentemente vivenciamos situações de sobrecarga emocional, iniciadas a partir de diversos acontecimentos com os quais não conseguimos manter o controle ou planejar soluções imediatas. O acúmulo de frustrações e de emoções destrutivas podem ocasionar diversos comportamentos prejudiciais para a própria vida, muitas vezes vinculados a uma ameaça à própria segurança, a partir de repertórios auto-destrutivos ou até mesmo à segurança alheia, por atuações impulsivas, motivadas por raiva, indignação e outros diversos sentimentos explosivos.
A filha do casal, com pouco mais de um ano de idade, experienciou uma situação com um potencial traumático muito elevado. Ela assistiu a morte dos pais, debruçou-se sobre a mãe e, apesar de não possuir uma compreensão literal dos acontecimentos, como um adulto o faria, vivenciou, de sua maneira subjetiva, uma situação extremamente delicada. É inegável a necessidade de que haja um acompanhamento voltado para o acolhimento desse trauma, não só ocasionado pela morte dos pais em tão tenra idade, mas por conter características que tornam a experiência um pouco mais complicada: o fato de envolver morte violenta, inesperada e resultar em diversas problemáticas e mudanças drásticas para a vida da criança e dos outros familiares.
A equipe Phoenix lamenta essa fatalidade e impulsiona desejos de recuperação às famílias, tanto das vítimas do homicídio, quanto da vítima do suicídio. É evidente que ambos os acontecimentos implicam em revolta, angústia e sofrimento e todo o apoio possível é de extrema importância agora.
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